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Archive for maio \31\+01:00 2009

Re-nascer

Enquanto não souberes morrer e renascer,
mais nao serás que um passante aflito
a errar na terra obscura. 

– Goethe –

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 Meteo per Gravina di Catania CT, Italia

sex     

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16°C|23°C

sab

meteo_partly_cloudy

17°C|27°C

dom

meteo_partly_cloudy

17°C|27°C

seg

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17°C|29°C

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Acordei assim.

Manhã nublada.

Sem luz.

Lenta.

Fria.

Pesada.

Ar comprimido.

Umidade alta.

Instável.

Olhar turvo.

Sem graça.

Horizonte indefinido.

Chuva

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E foi então que apareceu a raposa:

– Bom dia, disse a raposa.

– Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.

– Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…

– Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…

– Sou uma raposa, disse a raposa.

– Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…

– Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

– Ah! Desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

– Que quer dizer “cativar“?

– Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

– Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer “cativar“?

– Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?

– Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar“?

– É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa “criar laços…”

– Criar laços?

– Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…

– Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:

– Por favor… cativa-me! disse ela.

– Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.

– A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!

– Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.

– É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…

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Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

– Ah! Eu vou chorar.

– A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…

– Quis, disse a raposa.

– Mas tu vais chorar! disse o principezinho.

– Vou, disse a raposa.

– Então, não sais lucrando nada!

– Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.

 Depois ela acrescentou:

– Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.

Foi o principezinho rever as rosas:

– Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo… É a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:

– Adeus, disse ele…

– Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

– O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

– Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.

– Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

 – Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…

– Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

 

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ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY

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A maneira como vemos as coisas muda a perspectiva de tudo, nao é mesmo? Tem sido esse o tema dos ultimos dias, foi esse o tema de um conversa que tive com minha irma Aninha, ontem, no messenger… Entao, resolvi publicar aqui um texto que me ajuda sempre que o releio.

Esse texto é da Denise Arcoverde do blog Sindrome de Estocolmo

Dicas pra sobreviver fora do Brasil!

Esse post, eu escrevi ha’ varios alguns meses la’ no blog e as reacoes foram super interessantes. Muita gente me escreveu dizendo que tem tido uma postura muito negativa e que esse post ajudou a ver as coisas de outra forma. Por isso, resolvi reproduzir (e adaptar um pouquinho) aqui:

(…)

Viver fora do seu pais nao e tao facil. Mas eu acho que é muito importante ter não somente uma visão positiva, mas mesmo uma postura positiva, pra ser feliz.

Fiquei pensando no que eu diria pra alguém que mudou pra outro país, ou está pretendendo mudar, para que possa ser mais feliz. Acabou ficando uma lista muito grande, mas você pode ir lendo aos poucos, uma coisinha por dia… ah, e acrescente outras nos repliess, OK? lembrando sempre que essa é a minha perspectiva e não quer dizer que todo mundo deve seguir ou concordar comigo!

1. Não esqueça nunca de onde você veio, sua pátria fez de você o que você é, mas deixe isso guardadinho em algum lugar no seu coração, não fique falando ou pensando nisso o tempo todo e comparando os dois países. Agora você está começando vida nova e deve isso a você e à(s) pessoa(s) que está(ão) lhe acompanhando nessa jornada.

2. Em ambos países você vai encontrar coisas boas e ruins, a diferença é que estamos sempre mais acostumadas com as coisas ruins de onde viemos. Existe coisa pior que ver crianças nas ruas passando fome, pedindo dinheiro, cheirando cola? quem diria que alguém pode se acostumar com isso? mas nos acostumamos, não é?

3. Tente esquecer os estereótipos. Esses são apenas caricaturas, e estamos convivendo com pessoas reais. Nem sempre brasileiros são tão amigáveis e nem sempre os “gringos” são tão “frios”. Gosto de lembrar uma festa que eu fui na Suécia há vários anos atrás. Aniversário de 70 anos (imagine), achei que ia ser um tédio mortal, mas nunca fui tão bem tratada e me diverti muito. Literalmente TODAS as pessoas da festa vieram falar comigo, se apresentaram, perguntaram sobre mim, foram extremamente gentis, pessoas de todas as idades. Cerca de um mês depois fui a uma festa, em São Paulo, na casa do meu irmão. Uma turma descolada, do “mangue beat” pernambucano em Sampa. Praticamente ninguém falou comigo. Não conhecia ninguém e ninguém fez questäo de se apresentar. Portanto, tudo é relativo.

4. Outro estereótipo que eu detesto é que só brasileiro sabe se divertir, que a vida aqui é monótona, que os shows não tem emoção. Já comentei aqui no blog um show que fui do Blur, banda pop britânica, que eu adoro. O show foi o melhor da minha vida. Todo mundo se divertiu muito, dançou horrores, gritou, se emocionou. Com uma diferença, não tinha bebida. Acabou o show, todos sairam ordeiros pras suas festas pós-show ou pra casa. Ninguém quebrou os pontos de ônibus ou fez bagunça nas ruas. Adoro isso! Talvez você não esteja tendo oportunidade, ainda, pra se divertir mas isso não significa que os “locais” estão tendo uma vidinha tão insípida assim!

5. Quando se quer falar que as pessoas da Europa são frias, se diz que eles entram no metrô e enfiam o livro na cara, não olham, nem falam com ninguém. Bem, pelo menos em Recife, não vejo ninguém puxando conversa em ônibus e quando fazem isso as pessoas já ficam com medo, pensando que é um assalto. Não vamos ter expectativas exageradas do povo daqui, né?

6. Que tal porcurar o lado positivo das pessoas do local? aqui eles são honestos, ordeiros, organizados… isso tudo pode ser bom… são “sovinas”, “neutros ao extremo”, “arrogantes”… então vamos tentar achar isso engraçado?? enfim, aprender a conviver com o que a gente tem, pode ser a regra de ouro da felicidade!

7. Não adianta reclamar do clima. Tá frio? tem que se agasalhar. Aqui, na Suécia, se diz que “não existe frio, mas gente mal agasalhada”, Ok, é um certo exagero, aqui tem frio e muito. Mas, não há nada que se possa fazer em relação a isso, é o que digo sempre à Bia. Entäo, vamos tentar ver o lado positivo… você não vai ficar toda suada, pode usar uma linda maquiagem que não derrete e dura a noite toda, as roupas são lindas, a gente fica mais elegante. E o que eu adoro… diminui a ditadura do corpo perfeiro, ninguém tá vendo tudo mesmo, fica todo mundo mais ou menos na mesma “posição”. Ah e eu adoro abusar de luvas e cachecóis lindinhos (e baratos!).

8. Quando sair de casa, olhe a cidade com olhos de turista, pense “gente, quantas pessoas não adorariam estar vendo essa cena, hoje, e eu estou aqui?” estou sempre descobrindo novas facetas da cidade, novas caras. Pego o metrô e me delicio vendo Gamla Stan, TODAS as vezes que passo por ela… estar num lugar lindo é um privilégio que, às vezes, a gente esquece. Eu já fazia isso em Olinda,
quando ia entrando na cidade eu pensava “e os gringos pagam uma nota pra ver minha cidade, que é tão linda e eu tenho de graça, todo dia!”.

9. Valorizar essas pequenas coisas do lugar em que você vive é fundamental. Você não gosta da comida? sempre tem UMA coisinha pelo menos que você vai gostar. Ai, se delicie com ela, ao invés de ficar procurando feijão e goiabada nas lojas especiais. Não tenho quase nenhuma saudade da comida do Brasil. Esqueço que ela existe, por que não é mais uma opção pra mim e não dá pra se viver de ar, nem de nostalgia. Adoro kokosbola, adoro as verdurinhas congeladas, adoro cuscuz marroquino, amo iogurte de blueberry… queijo de coalho?? o que é isso?

10. Não deixe a saudade acabar com você. Mais uma vez, lembre-se que foi sua OPÇÃO… essa é a palavra chave. As pessoas que ficaram no Brasil e lhe amam querem ver você bem. Seja feliz e deixa a saudade, também, guardadinha lá no fundo do coração.

11. Evite viver em guetos. É muito legal encontrar brasileiros, trocar idéias (mas evite ficar só falando mal do país e das suas saudades do Brasil!), ouvir nossa música juntos, mas não se restrinja a isso. Tente estabelecer contatos com pessoas nativas do país e outros migrantes. Absorva novas culturas, isso é refrescante, revitalizante. Saber que existem culturas diferentes da sua e respeitá-las é o primeiro passo para a tolerância.

12. Aprenda o idioma local. Mas “take your time”, faça-o quando você se decidir (também não vale esperar mais de um ano pra começar!), se puder se virar em outro idioma. É fundamental aprender o idioma, mas é melhor se você estiver com a mente aberta, e às vezes é necessário um tempo para adaptação.

13. Pense que, pelo menos no começo, você é um(a) turista com mais tempo pra conhecer a cidade… vá visitando todos os museus, mas agora com muito mais tempo, um por dia, vá conhecendo todos os pontos turísticos, a cidade tem muito a oferecer e você tem tempo… e lembre que, muitas vezes isso pode custar pouco ou quase nada.

14. Não se deixe contaminar pelo mal humor de outras pessoas. Evite as longas conversas do tipo “eu odeio esse país por que…”. Desmonte seu parceiro de papo mostrando tudo de bom que você encontrou aqui.

15. Lembre que você não está sozinha e seu mau humor vai contaminar os outros. A maioria de nós, pelo que percebi nos blogs, veio parar aqui por AMOR. Viemos por que quisemos, eles (ou elas) podiam ter mudado pro Brasil, mas, nesse momento, decidimos que a melhor opção é viver fora do Brasil. Então, respeite a pessoa que você ama, respeite sua cultura, suas tradições, seu país. Evite conflitos do tipo “se eu estivesse no Brasil seria diferente”. Pode ser um atalho pro amor ir embora. Ah, e exija respeito com o Brasil também!

16. Use e abuse da Internet. Não apenas para matar as saudades do Brasil, saber notícias de lá, se comunicar com sua família… mas também para ir descobrindo sua nova pátria, visitando os sites de turismo da sua nova cidade, descobrindo o que tem para oferecer. Visite o site do Governo local, veja quais os direitos e deveres que você tem, como imigrante, conheça mais da cultura local.

17. Faça seu blog. Eles são uma delícia, você encontra grandes amigos e compartilha com outras pessoas as suas experiências.

18. Nossa música é a melhor do mundo, certo? sem dúvida, mas não custa experimentar novos tons. A palavra mágica para um imigrante é EXPERIMENTAR. De tudo, música, dança, comida, bebidas, tudo que estiver ao seu alcance.

19. Imigrante não é um palavrão. Entre 1800 e 1930, não menos que 1.5 milhão de suecos tornaram-se imigrantes na America do Norte. É tudo uma questão conjuntural. Quantos portugueses, italianos, espanhóis, ingleses, não acolhemos no Brasil? Ainda mais num mundo globalizado como esse, somos todos, cidadãos do mundo!

20. O mais importante de tudo… NUNCA, mas NUNCA mesmo se sinta inferior aos nativos do país. Você está lá por uma contingência da vida, não está lá pra se aproveitar do país deles. Está se sentindo discriminado, procure um órgão que defende o imigrante, que existe em quase todo luga… denuncie… a discriminação é velada? ignore, despreze… quando eu acho que alguém (geralmente os mais velhos) pode estar olhando pra mim com alguma discriminação sempre penso “coitado, nem imagina tudo de bom que eu tenho no meu país”… e lembre sempre que você tem um enorme valor e pode trazer grandes contribuições para o seu novo país. Lembre sempre que a França nunca teria sido campeão do mundo, se não fosse Zidane, que tem origem na Argélia.

E viva as diferenças!!!!

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Irmandade

As diferenças me torturam. Nao tanto as fisicas, mais as emocionais. Quando digo “torturam” é porque sinto a agonia, a dor, a confusao mental, raiva, impotencia e toda sorte de sentimentos que possam vir acoplados às praticas de tortura.

Na minha busca pessoal sei que preciso superar isso observando, aceitando e aprendendo, mas nao, eu resisto, rejeito, grito e esperneio. E é muito pior, eu sei.   Tenho tentado aproveitar cada momento em que a loucura nao me toma inteira e com a pouca lucidez que às vezes consigo manter abro bem os olhos e fixo em silencio por alguns poucos instantes sem julgar, mas logo vem a nàusea e… o medo, talvez seja isso… medo. Mentalmente eu repito: aceita, LuLu, aceita… se abandona… deixa fluir, deixa? E eu là, achando que to conseguindo e de repente a coisa desanda.

Sò sei que foi por isso que o universo me deu irmas. Das de sangue. Sò pode ser.  Para que desde cedo eu exercitasse a diferença. Pra ver se eu apreendo por osmose. Porque é muita diferença, viu? E’ tanta que desequilibra o sujeito. Nao é daquelas  harmonicas e pacificas, nao… Daquelas cheias de sorrisos, olhares cumplices, cena de café da manha de comercial de margarina, dialogos inteligentes e mais sorrisos, declaraçoes de amor-pra-dar, sorvete  Häagen-Dazs comido ainda no pote com colher, na cama, em meio à confissoes adolescentes. Poisé. Nunca foi. E nem sei se serà.

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Ouvidotimismo

Messina - By LuLu na Italia ©

Messina - By LuLu na Italia ©

Os tristes acham que o vento geme;

Os alegres e cheios de espírito afirmam que ele canta.

 

(sabedoria popular)

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Um certo tipo

Tem um tipo de gente que acorda cedo, pouco depois que o sol saiu, se lava, se veste, calça um tenis e vai dar uma caminhada de meia hora no bairro, na volta aproveita e colhe umas flores do jardim e enfeita a mesa da cozinha enquanto prepara o café da manha sempre com frutas frescas cortadinhas em cubinhos, harmoniosamente ajeitadas numa tijela onde se le “Carpe Diem”, junto com mel e fibras naturais sem adiçao de açucar.

Eu sou do tipo que dorme de màscara nos olhos pra nao ser perturbada com nenhuma frestinha de luz e acorda quando o sono acaba, o que em geral  nunca é antes das oito da manha, tira a mascara, mas sò abre o olho depois de alguns minutos e bem devagarzinho pra acostumar com a luminosidade.  Sempre de pijama calça as pantufas, se lava,  jà sentindo o estomago roncar fortemente, toma um achocolatado instantaneo ou capuccino instantaneo com leite  e bastante açucar, acompanhado de bolo, ou muffin, ou pao de queijo, ou bolachas amanteigadas, ou biscoito de maisena, ou um sanduiche de pao de forma com presunto e queijo, ou ovos mexidos com pao de forma, ou pao de forma com manteiga, ou torradas francesas…  Jà deu pra entender: carboidratos.

Tem um tipo de gente que abre todas as cortinas da casa, acende um incenso de essencia de sandalo,  lentamente estende um tatame,  estrategicamente  enrolado num angulo da sala, se alonga sob o frio sol  que entra de uma das janelas enquanto ouve um CD de musica instrumental indiana que ativa cada um dos chacras do seu corpo, com os olhos fechados, em harmonia com os passarinhos là fora, a mae terra, expirando e inspirando lentamente e fazendo pausas de cinco segundos entre uma respiraçao e outra.

Eu sou do tipo que abre todas as cortinas da casa, liga o radio na primeira estaçao que toca rock, liga a televisao, acessa a internet e pega uma revista e… le uma materia da revista, zapeia todos os canais da TV e acessa os blogs preferidos enquanto ouve o locutor falando, tudo ao mesmo tempo aqui e agora, deitada na cama com as pernas pra cima, porque ainda é muito cedo pra se mexer demais.

Tem um tipo que se motiva com cada detalhe e acha que a vida é bela, cor de rosa, que as pessoas sao todas simpaticas, que cada um tem seu problema e um motivo para nao estar bem, entao aceita uma resposta atravessada como um aprendizado, sorrindo sempre, respirando sempre,  fazendo pausas sempre, falando devagar e andando de onibus e a pé pra chegar no trabalho de assistente de auxiliar de faxina de um motel de estrada, ganhando por mes uma quantia que no Brasil gastaria  sò de salao, manicure, massagista e depiladora , pensando: Ahhh, pra que fazer as unhas?

Eu sou do tipo que se deprime com a falta de sol e acha OITO meses de frio e esse solzinho de mer*… um absurdo para um ser humano e nao tolera nenhum tipo de machismo, racismo, xenofobia, ignorancia e grosseria de ninguem e responde sempre fazendo discursos inflamados, irritada,  imaginando o tempo inteiro as coisas boas que poderia estar fazendo no Brasil, lembrando dos amigos, da agenda cheia, do home office, da agitaçao da night, da manicure que vinha em casa, da drenagem linfatica e limpeza de pele semanal, pensando na maldita idéia de largar toda a sua estrutura de vida pra trás por um amor e uma cabana, na grandessísima  ingenuidade ou imbecilidade de acreditar que talvez poderia viver melhor na Europa do que no Brasil.

Tem um tipo de pessoa que pega suas decisões e carrega a vida toda com uma certeza quase divina.

Eu sou do tipo que se arrepende.  Eu reclamo, eu esperneio, eu resmungo, eu repenso… Onde é que eu fui amarrar meu jegue?

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Ausencia

Hà anos eu tenho a sensaçao que, de vez em quando, a vida acelera e eu perco um pouco a noçao do que se passa ao meu redor. Como se a vida fosse uma estrada feita de poeira, desenhada no chao, reta, longa, sem inicio ou fim, e eu a percorresse deixando minhas marcas ao caminhar, mas em algum momento alguma coisa me solevasse improvisamente e me transportasse adiante e quando me desse conta, guardando o caminho jà percorrido, tivesse deixado pra tras alguns trechos sem pegadas.

A sensaçao que tenho pode ser descrita de outra forma através da musica que, nesse momento, ressoa na minha cabeça. A musica é de Chico Buarque, Roda Viva, e faço minhas as suas palavras:

Tem dias que a gente se sente como quem partiu ou morreu. A gente estancou de repente ou foi o mundo entao que cresceu. A gente quer ter voz ativa e no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino prá lá. A gente vai, entao, contra a corrente até nao poder resistir e na volta do barco é que sente o quanto deixou de cumprir. Faz tempo que a gente cultiva a mais linda roseira que há, mas eis que chega a roda viva e carrega a roseira prá lá. A gente toma a iniciativa e viola na rua a cantar, mas eis que chega a roda viva e carrega a viola prá lá…

E’ assim que me sinto. Exatinho. Sem tirar nem por.

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Fala recolhida

Me perdoe a ausencia, mas sou absolutamente fiel aos meus desejos. E, nos ultimos dias desejei mais do que tudo estar em silencio… e assim foi. Coisa rara, sabe? Quem me conhece acho que nem consegue imaginar. Rarissima. Coisa de se espantar.

O curioso é que sempre que passa o mutismo absoluto vem de repente uma torrente de palavras e sinto que posso escrever ou falar por tres dias seguidos sem parar, de tanta idéia acumulada na cabeça. Hihihihi.. Essa particularidade da minha pessoa me remete a quando a Emilia, boneca do Sitio do Picapau Amarelo, depois que ganha vida começa a falar apòs tomar a pilula do Doutor Caramujo.

Foi assim: Narizinho a levou, ainda muda, ao Doutor Caramujo, médico conhecido no Reino das Águas Claras por inventar pìlulas falantes. Ele pos uma pìlula na boca da boneca que a engoliu e… desandou a falar por tres horas, sem parar. Tanto tagarelou que Narizinho, atordoada, perguntou se nao seria melhor faze-la vomitar a pìlula e, sei là, engolir uma mais fraca. O médico disse que nao: “Depois de algumas horas de falaçao, ela sossega e fica como toda a gente. Isso é fala recolhida, que tem de ser botada para fora”, explicou o Doutor Caramujo.

Entao… me aguarde… Hehehehehe.. 🙂

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Do(v)er

A dor possui um grande poder educativo: faz-nos melhores, mais misericordiosos, mais capazes de nos recolher em nós mesmos e persuade-nos de que esta vida não é um divertimento, mas um dever.

– Cesare Cantú –

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Ch(u)avão

Nem toda flor é nobre.
Nem tudo sao flores.
A vida nao é feita sò de amores.
A primavera tem seus dias frios.

 

Romantismo poético à parte, sò sei que os ultimos dias estao ph-oda!

Hoje, por exemplo, eu tinha planejado acordar cedo junto com o marido e tomar café com leite e comer pao de queijo quentinho entre beijinhos, juras de amor eterno e saudade até o fim do plantao de vinte quatro horas. Depois, sair junto com ele e ir pra feirinha do lado de casa passear sob o sol primaveril e comprar verduras frescas pra comer um almoço levinho. Cuidar do jardim depois do almoço e fazer algumas fotos das flores que estao desabrochando… Tudo lindo!

A verdade é que acordo com muita colica, uma dor de cabeça filadaputa e um gosto de cabo-de-guarda-chuva na boca e entao, meu café da manha foi um copo dàgua com 40 gotas de analgésico acompanhado de um anti-espasmodico e pela nausea que to sentindo minha refeiçao mais substancial promete ser chà com torradas. Marido Ernesto saiu apressado, em jejum e sozinho pro trabalho e me largou aqui ainda gemendo esperando o efeito dos remedios. Meia hora depois, quando consigo parar de me contorcer de dor, me levanto pra preparar pra mim uma bolsa de agua quente e constato que là fora està assim: um bonito dia verde-cinzento-amarelado… Previsao: chuva o dia inteiro.

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Depois sou eu que estou azeda.

Fiz a foto, vim aqui postar e jà vou voltar pra debaixo das cobertas…

TPM eu sei que uma hora passa mas, na perspectiva de hoje, a coisa tà feia pro meu lado, né nao?

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Fotos By LuLu na Italia ©

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Nem toda flor é nobre.

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Fotos By LuLu na Italia ©

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Procurando bem

   Todo mundo tem pereba

      Marca de bexiga ou vacina

         E tem piriri, tem lombriga,

            tem ameba

               Só a bailarina que não tem

                E não tem coceira

                   Berruga nem frieira

                      Nem falta de maneira ela não tem

 

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Futucando bem

   Todo mundo tem piolho

      Ou tem cheiro de creolina

         Todo mundo tem

            um irmão meio zarolho

Só a bailarina que não tem

                Nem unha encardida

                   Nem dente com comida

                      Nem casca de ferida ela não tem

 

 

– Trechos de: Ciranda da Bailarina – Edu Lobo / Chico Buarque –

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Dádiva

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Eu queria poder estender a mao e te tocar, .

Nos seus cabelos grisalhos macios e cheirosos, te fazer cafuné.

Eu seria presente … hoje.

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s.f.  Extensão de terra cercada de água  SOL por todos os lados.

By LuLu na Italia

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URRUUU !!!   🙂

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Primavera Macro

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Margarida_01_05_2009 013

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Dia do Silencio

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Entao…

Essa é velha, mas jà tinha um tempo que eu queria postar…

Dizem que uma revista inglesa promoveu um concurso para premiar a melhor definiçao de “marido”. O texto vencedor foi:

Marido é aquela pessoa amiga e companheira, que está sempre ali, a seu lado, para ajudá-la a resolver os grandes problemas que você não teria se fosse solteira.

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1- Pegue um vidro grande de conserva, lave bem lavadinho e reserve.

2- Passe um papel crepom, ou qualquer pedaço de tecido rustico que voce tenha guardado (sabe aquele que embrulhava um presente do ultimo natal?), dobre e prenda no vidro de conserva com um elastico.

3- Coloque dentro do vidro uma esponja de cozinha, encha com àgua e salpique uma pitadinha de bicarbonato.

4- Colha as flores do jardim, aproveitando pra colher também as ervas daninhas, que jà estao passando da hora, e estao explodindo em flores evitando assim que as sementes caiam na terra e formem o dobro de ervas daninhas no ano que vem.

5- Arrume as flores num bouquet bem distribuido.

6- Enfeite um cantinho de sua casa. 🙂

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Titia em: O dente

No msn..

– Titia, sabia que o meu dente ficou mole, eu puxei e ele saiu?

– Nossa, meu amorzinho, que corajosa que voce é! Que emocionante, nè? E doeu Brunequinha?

– Nem doeu, titia. Sò que agora ficou um buraco… Voce qué vê?

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E assim a vida segue…

E assim eu mantenho a ilusao de estar ao seu lado…

E assim eu vejo voce crescer e acompanho as suas descobertas…

E assim eu preencho um pouquinho o meu ser com o seu ser que me é tao caro.

E assim dividimos nosso amor, Brunequinha-linda-da-titia!!!!

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Pandemia

Desde que o assunto coqueluche  do momento (trocadilho infame, nè?)bombou, ou seja a Gripe Suina, eu estou com vontade de esclarecer um termo que vem imediatamente associado à tal doença: alerta de pandemia – fase 5.

Pandemia

Uma pandemia (do grego pan + demos = todas as pessoas) é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha em toda a população localizada em uma grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o planeta.

O vírus HIV que causa a AIDS, por exemplo, é considerado uma pandemia global agora com infecção taxa tão alto quanto 25% na África subsaariana.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma pandemia pode começar a partir de três condições:

• O aparecimento de uma nova doença à população.

• O agente infecta os humanos, causando doença séria.

• O agente espalha-se facilmente e sustentavelmente entre os humanos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) desenvolveu um plano de preparação de gripe global que define as fases de uma pandemia, esboços no papel da OMS, e faz recomendações para medidas nacionais antes e durante uma pandemia. As fases são:

Período de Interpandemia

Fase 1: Nenhum subtipo de vírus de gripe novo foi descoberto em humanos.

Fase 2: Nenhum subtipo de vírus de gripe novo foi descoberto em humanos, mas uma doença, variante animal ameaça os humanos.

Períodos de alerta de Pandemia

Fase 3: Infecções( humana) com um subtipo novo mas nenhuma expansão de humano para humano.

Fase 4: Pequeno Cluster(s) com transmissão de humano para humano com localização limitada.

Fase 5: Maior Cluster(s) mas expansão de humano para humano ainda local.

Período de Pandemia

Fase 6: Pandemia: aumenta a transmissão contínua em geral da população.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

O que significa a palavra “pandemia” e os níveis de perigo da OMS?

Reinaldo José Lopes e Salvador Nogueira – Do G1, em São Paulo

O termo “pandemia” se refere a uma epidemia de proporções globais, no qual há surtos de uma dada doença de forma “sustentável” (ou seja, sem interrupção da cadeia de transmissão no horizonte) em vários países e em mais de um continente. A Organização Mundial da Saúde (OMS) usa uma escala de seis fases para caracterizar a transmissão dos vírus influenza (da gripe) pelo planeta.

Na fase 1, a transmissão só ocorre entre animais.

A fase 2 se caracteriza pelos primeiros relatos de transmissão do vírus de animais para seres humanos.

Pequenos grupos de casos entre humanos definem a fase 3. Nela, no entanto, a transmissão de pessoa para pessoa ainda não é eficiente no grau necessário para que a comunidade inteira onde vivem os infectados esteja em risco.

Na fase 4, a dinâmica da infecção é sustentável o suficiente para causar surtos afetando comunidades inteiras. O risco de pandemia é grande, mas não 100% certo.

A fase 5 corresponde à transmissão de pessoa para pessoa em mais de um país, indicando uma pandemia iminente.

Finalmente, na fase 6, a pandemia está caracterizada.

Fonte: Globo.com

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Boris Mihajlovic Kustodiev, Russia, 1878-1927

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Merchant’s wife, 1918 – Fonte: Gatochy

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The Beautiful, 1915 – Fonte: Tyk!

 

Fernando Botero – Colômbia, 1932

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The Letter, 1976 – Fonte: Fotos.org

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Woman in Front of a Window, 2004 – Fonte: artnet.com

 

Peter Paul Rubens,  Alemanha, 1577-1640

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As Tres Graças, 1638 – Fonte: Sombria Elegancia

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Woman with a Mirror, 1640 – Fonte: O Mundo Inominavel

 

Tem muitos mais pintores que projetaram em suas telas mulheres lindas-gordinhas-gostosas-encantadoras-charmosas transformando-as em famosas pinturas, e muito mais obras desses que selecionei, mas jà tà bom assim. Me detive aqui fiel àqueles artistas que realmente manifestaram apreço por suas modelos e o declaram publicamente, e nao pensaram como alguns pensam: “Um artista faz o que pode com o que tem. Nem sempre ele tem o ideal…”, ou: “Usei modelos gordinhas porque as gostosonas cobram bem mais caro.”, a meu ver, desprezando as pessoas que posaram pra eles e reforçando um conceito de “padrao de beleza” onde “gostosa” é sò quem é magra.

Bom, a grande inspiraçao pra esse post veio, na verdade, com uma inocente busca no Google onde eu coloquei: “quadros, gordinhas” e, dentre os resultados, me deparo com essa foto minha!!!

 lulu_roma_2008

E’ uma foto, tirada em Roma pelo marido Ernesto, que publiquei aqui no Mundo Novo. O post que gerou a foto nao tem nenhuma palavra que faça referencia aos termos de busca em questao. Foi uma ediçao que fiz de fotos das estaçoes do ano e, no caso, essa foto ilustrava um visual de verao. Eu até jà falei sobre quadros de gordinhas nesse post aqui, e talvez seja por isso que o Google redireciona essa foto, sei là. Tem outras fotos daqui do Mundo Novo no resultados da pesquisa, mas entre tantas porque serà que essa foi a primeira? Tomei um susto, mas eu adorei, juro! Eta mundinho, nao? Ai..ai..

Porque esse mundo é dinamico e podemos apreciar bem mais a paisagem se nos mantivermos conscientes de nòs mesmos, se aceitarmos nossa realidade,  nossos limites, se vivermos com prazer o dia de hoje, o momento atual, enxergando-o como o “presente” que ele efetivamente é.  E, afinal, estou gordinha, sou gostosa ;-), estou saudàvel e sou normal!

Da série: Quilos a mais – se nao pode vence-los, una-se a eles!! 🙂

Ou ainda: Eu me amo como eu sou!!!

Nota da LuLu: Todo o respeito por quem é magrinha e quer ser magrinha, por quem é gordinha e quer ser magrinha, por quem é magrinha e quer ser gordinha, por quem é gordinha e quer ser gordinha.. enfim, respeito é bom e eu gosto, ok?

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Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.

O impossível não existe quando se acredita verdadeiramente nos sonhos.

–  Ayrton Senna da Silva –

*São Paulo, Brasil, 21 de março de 1960 

†Bolonha, Itália, 1 de maio de 1994

 

Sabe, eu nunca fui muito de curtir corrida de Formula 1 mas, como o cantor italiano Cesare Cremonini diz muito bem no refrao da cançao “Marmelata #25”:

Ma, da quando Senna non corre più…

Non è più domenica..

Ahh! Desde que Senna não corre mais…

Não é mais domingo…

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